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sexta-feira, 23 de julho de 2010


NÃO DIGA ATÉ QUE ESTEJA MORTO


- Senhores passageiros apertem os cintos, estamos passando por uma área de extrema turbulência. – dizia o piloto do Boeing 767.

A viagem do casal, era a primeira depois de uma década de casados, estava tudo muito estranho, assim surgiu à idéia de uma reconciliação.

- Senhores passageiros acho que vamos...

Antes de terminar a frase o avião sofreu uma intensa descompressão, viu-se fogo em uma das turbinas, gritaria, pânico entre os tripulantes.


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Obrigado.


By Vyctor Maya

terça-feira, 13 de julho de 2010

ENTRE PARÊNTESES

Eu penso em tantas coisas
e acabo não dizendo nada.
Eu sinto tanta fome
e acabo não comendo nada,
acabo roendo o osso
o osso é uma vida tão amarga.
Um trem desgovernado, sem trilho,
sem rumo, sem ponto de chegada.
A estação é a razão, é logo ali à diante
mas tão longe das mãos,
contudo ninguém segura a vida nos braços
porém deixa sempre à vista dos olhos
e são os olhos que guiam os passos e o trem
o que são os olhos sem o poder que detêm?
Mas se é o tato que comete o fato
Que nem as frases exemplificam o ato
E sim duas ou três fotos explicam os altos
E ainda assim mesmo com tudo isso
E ainda assim mesmo sem falar
Digo o que não deve ser dito
Digo o não pode ser escrito
E o que ninguém quer ouvir
Então boca fechada é uma vitória
E escrever é minha consolação.

By Vyctor Maya

quinta-feira, 8 de julho de 2010


A REALIDADE

Esta festa em que nosso protagonista participava foi sonhada a meses, do pórtico se via a infinidade de convidados. Como o próprio dono da festa havia comentado, eram três mulheres para cada homem, deste modo, tal evento não poderia ser perdido sobre hipótese nenhuma. No imenso salão, a mesa imponente, com uma variedade de frios, massas, pães, tortas, salgados e doces. A decoração impecável ofuscava e matava de raiva uma das tias do aniversariante, mas todo este glamour era imperceptível para os jovens do recinto, pois só estavam ali em busca de muita bebida, som e azaração.


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By Vyctor Maya

segunda-feira, 5 de julho de 2010

MONTAGEM

Antes de montar eu te imaginei
e desenhei numa folha velha de papel,
uma folha toda amassada
amarelada pelo tempo
até rasgada nas pontas
na verdade era a casa de traças.

Antes de montar queria que tivesse curvas
então esculpi seus detalhes
num tronco velho de pau-brasil
do tempo do descobrimento
já morto, sem vida
na verdade era a casa de cupins.

Antes de montar quis seus detalhes descobrir,
seus olhos: oceano?
sua boca: tentação?
seios: montanhosos?
pernas: sedução?
seu corpo: solução!

Antes de montar decidi ler o manual
encaixar tudo com perfeição,
mas estava em língua estranha
sei apenas que veio do oriente.
Na caixa: Made in China.
É de lá que vêm as bugigangas.

Antes de montar quis separar suas peças:
cabeça, tronco e membros.
Parafusos e porcas.
Programar sua memória.
Disso eu entendo bem
fui feito assim.

Antes de montar quis dar-lhe algo de mim,
quis dar-lhe algum sentimento,
mas eu nunca os havia sentido.
Então a guardo e a devolvo,
porque sou de ferro
e assim, eu quero ser o único.


By Vyctor Maya

terça-feira, 22 de junho de 2010

O ENGRAÇADINHO


Já tinham se passado quase dois meses de aula, e aquela sala esquecida no contexto da escola, todo dia recebia um aluno novo, todo dia é exagero; na concepção da palavra, eufemismo, mas pode-se adotar esta visão, caro leitor. O colégio público, diga-se de passagem, apresentava certas qualidades não vistas em outros na cidade, assim acabava sendo referência. 

Voltando ao assunto (do conto), este novo aluno chegou atrasado à primeira aula do dia, e sendo também a sua primeira aula no colégio. Entrou cabisbaixo, tímido, deu seu mirrado bom dia e sentou-se no fundo da sala. Passaram-se alguns instantes, o professor de português, reuniu a sala em grupos de cinco, pedindo a tais grupos que elaborassem uma redação, com um tema da escolha do grupo, desta forma nosso personagem foi obrigado a se socializar. Redação redigida, veio a indagação de uma coleguinha:

- Menino como é o seu nome?

Ele gelou dos pés a cabeça, mas resolveu se recuperar, quebrar o clima rígido, e descontrair um pouco com uma piadinha casual.

- Wladimir com dois V.

- Wladimir com dois V? Vai Veado.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

O que é a vida!!??


A BAILARINA



A garrafa sobre a mesa estava vazia, como vazio estava seu coração, a sua vida; não hesitou em quebrá-la com raiva, por não haver sequer uma gota (havia bebido tudo a noite passada), para dar o primeiro “pau” do dia. Eram seis da manhã, o sol bem tímido despertava; o som dos pássaros que cantavam bem na janela do seu quarto o incomodava, o único som audível era do copo se enchendo do seu veneno, que o consumia lentamente. Perdera muito: pais, mulher, filhos, emprego, amigos, amante, prestígio; ganhara muito mais: cirrose, esteatose hepática, tristeza, bafo, insônia, inimigos, nome sujo no SPC.



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domingo, 25 de abril de 2010

CORAÇÃO X TÉCNICA


O INTELECTUAL


Camisa aberta, barriga avantajada, copo de cerveja na mão. Dessa forma descontraída ele vai caminhando pela praia pensando em nada, apenas contemplando mais um dia maravilhoso na paradisíaca ilha da qual era nativo.

Durante essa sua andança matinal, ouviu alguém gritando seu nome. Com muito esforço conseguiu ver que era um rapaz. O jovem aparentava ter seus dezessete anos, era franzino, muito branco, não era da ilha, parecia ser mais um turista fugindo dos transtornos da cidade grande durante um feriado.

Após se aproximar do senhor, o menino meio que envergonhado pediu um favor bastante inusitado (devido o ambiente):

-Me concede um autografo?

O turista tinha um dos mais famosos livros brasileiros nas suas mãos e por coincidência o seu autor estava na sua frente. O escritor (que agora descobrimos ser o nosso boêmio) ficou meio encabulado com o pedido, mas o atendeu sem titubear.
 


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By Lucas Guimarães Oliveira

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Nada contra a situação do conto.


A FORCA?


A discussão na mesa do bar passava longe dos assuntos corriqueiros: futebol, mulher, política e religião. Neste dia os amigos estavam sérios, um mais triste que o outro, parecia uma marcha fúnebre a caminho de um enterro de um ente querido, choravam olhando o rosto de José. Hamilton era o mais inconsolável, as lágrimas brotavam incessantemente, sem nenhum esforço. Luiz não chorava, guardava a angustia dentro de si, e tal sentimento dilacerava sua alma. Armandão, depois da quinta ou sexta doses de uísque doze anos, falava dos momentos ao lado do invejável companheiro: as viagens, os babás, os carnavais, as mulheres. Tomaz, outro dos fanfarrões, abraçava Zequinha, a ponto de amassar e quase rasgar a camisa de marca (Lacoste) do amigo.





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By Vyctor Maya

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Ta cada dia melhor... Ta pegando gosto pela coisa

TUDO O QUE VEM FÁCIL...


O escitor estava cheio de ódio. Não conseguia finalizar um conto e isso já vinha acontecendo há um bom tempo. Tinha uma vida nada inspiradora: poucos amigos, inteligência vulgar, nome sujo na praça.

Um dia estava andando cabisbaixo pela rua quando viu um pacote cheio de papéis. A curiosidade o instigou e ele foi ver o que tinha dentro do envelope. Qual foi a surpresa quando viu que se tratava de inúmeros contos sobre os mais variados temas.

Ficou feliz, radiante. Poderia dizer que eram seus os contos achados, viu em tudo isso a providência divina, até por que aquelas obras- primas não levavam assinatura, portanto nem se o nosso sortudo tivesse algum senso de honestidade poderia procurar pelo dono daquelas maravilhas.

Nunca havia sentido uma alegria tão grande em sua vida. Já tinha tudo programado, iria falar com o primo que era cunhado de um funcionário de uma modesta editora de livros. Publicaria os clássicos, ganharia reconhecimento, ficaria rico.

Foi andando saltitante pela rua com um sorriso de orelha a orelha. Estava tão distraído com os seus devaneios que nem chegou a ver o cara que vinha na contra-mão.

O pseudo-autor foi atropelado, o pacote voou de suas mãos e os contos ficaram espalhados na calçada. Cada pessoa que estava passando pela rua na hora do acidente pegou um conto. Pequenas fortunas tocavam as mãos de indivíduos ignorantes que não tinham em mente o destino que o nosso pobre protagonista daria aquelas pequenas histórias.

Os contos cumpriram a sua missão seriam daqueles que não fizeram por merecê-los. 


By Lucas Guimarães Oliveira

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Reflexão


O ABORTO


Não tinha o que dizer e isso não era figura de linguagem. Surdo e por tabela também foi presenteado com a condição de mudo, sem o prazer incessante de pronunciar sequer uma palavra, nem de ouvir a doçura de uma onda quebrando à beira da praia. Por conseguinte, se tivesse os braços, poderia falar por libras, assim sua condição de se comunicar estaria restabelecida (“... mesmo sem palavra mudo fala, deixa de ser...”). Contudo, se Deus lhe entregasse a graça da visão, poderia com a força dos olhos mostrar as coisas que queria, teria o prazer de ver a cor de uma manhã de sol e os medos escondidos numa noite de lua cheia, se tivesse ganho do criador o dom de andar, poderia com as pernas correr atrás dos seus sonhos, dos seus ideais. O problema é que este ser nem chegou a nascer, a receber o dom da vida. Foi abortado com uma dose certeira de remédios e isso não foi obra do criador e sim de uma criatura.

By Vyctor Maya

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Lucas em: Futebol uma paixão nacional!!!

Mais um conto de Lucas. Este agora sobre a paixão nacional, ou na verdade, sobre uma das paixões, por que a outra: bumbum, já apareceu em um outro conto, que consta aqui neste blog. É só darem uma procuradinha.



DOM E SORTE



Mãos na cintura, olhos fixos no alvo, coração a mais de mil. Certamente era o momento mais importante da sua vida. Quantos não queriam estar no seu lugar? Viver a emoção daquele instante único, inigualável.

Ele era merecedor. Lutou muito pelo seu sonho, ralou, sofreu, chorou. Tomou pancadas de todas as formas, de todos os jeitos. Caiu, mas se levantou, não desistiu e chegou lá. Quer dizer, ainda não tinha obtido todo o sucesso que desejava, mas isso só dependia dele, em especial daquela ocasião.

Pra quem ainda não percebeu, o nosso protagonista é um jogador de futebol e dos bons. Coube a ele a tarefa de bater o pênalti decisivo. Era o último lance do jogo. O gol daria a vitória ao seu time e o título vinha junto.

Sim, estava nos pés dele. Era responsabilidade daquele garoto franzino de 17 anos, do mesmo menino que teve que vencer a miséria na infância, que driblou as adversidades passou por tantas peneiras e que não sabia ler e muito menos escrever direito. Com tudo isso, o garoto tinha o dom e com essas coisas de dom não se brinca.

O juiz apitou, ele caminhou para a cobrança, nos poucos segundos que separaram o seu pé da bola, o nosso herói lembrou de tudo o que aconteceu em sua vida. O chute foi feito, a bola bateu caprichosamente na trave e saiu.

Seu mundo caiu. Tinha o dom, mas não teve sorte e com essas coisas de sorte não se brinca.



By Lucas Guimarães Oliveira

sábado, 3 de abril de 2010

Pout Pourri

Amigo leitor havia esquecido que minha trajetória começou com a forma mais linda de arte, a poesia. Estava perdendo o tesão em escrevê-las, pois os microcontos deram uma renovada nas minhas idéias e me teletransportaram para um mundo desconhecido, porém fantástico. Mas o bom filho a casa torna, e não abandona por completo a sua essência, nem as coisas que lhe dão prazer. Pois bem, resolvi presenteá-los com uma saraivada (esta palavra me lembra o maior professor que tive na facu de engenharia química da UFBA, Saraiva) de micropoemas, micropoesias, se ambas palavras existem. Comentem por obsequio e também participem da enquete (podem votar em mais de uma) para escolher a melhor das 11, ou como preferirem a menos ruim.







ROSA

...e se a rosa não tivesse espinhos?
Ela só machucaria a si própria.

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CACÓFATO

- Pai, por que tenho tão pouca fé?
- Porque você colocou muito leite.
- Esse meu pai tem uma resposta asna para tudo.

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LÁGRIMAS

Em pleno Barradão, a torcida adversária grita:
- Solta o Leão, solta o Leão
... Chegou agora nossa vez de chorar.

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O CANTO

No canto escuro uma solidão se encontra
no canto de um pássaro se ilumina a vida.
O canto está sujo, no canto há medo
o canto celebra a vida, a busca por esmero.

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EITO


Se eu te pedir um beijo
Se eu te pedir com jeito
Se você me der eu deito
Então está tudo feito?
Faltou pegar no peito

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DEMÊNCIA


Não mais que alguns bocados
me pego lembrando o teu cheiro
bem no dia que esqueceu o banho
isso agora me dá medo.

Não mais que de repente
me pego lembrando o teu beijo
bem no dia que não escovou os dentes
eita lembranças dementes.

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CAMINHA


Dizem que no Brasil
“Em se plantando tudo dá”
Plantei meu voto na urna, e deu:
Ladrão, bandido, corrupto...

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SOMA


1
meu
com
1
seu
igual a
1
nosso.

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½, ¼, 1/6, 1/8, 1/10, 1


Tanto de mim se foi
E ficou ½ eu
Mais de mim esvaio
E ¼ sobrou
As horas correram
E 1/6 ficou
O dia choveu
E 1/8 restou
A tarde chegou
E 1/10 navegou
A noite caiu
E tudo voltou.

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PEQUENO POEMA

O homem vencedor
anda sempre um passo a frente do Sol,
o derrotado olha sempre para o Sol.

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A VERDADE

Ela quer ficar vendo estrelas
Contando e jogando pedras no lago
Olhando a Lua, beijando-me
E pensando no nosso futuro

E eu só quero arrancar dela uma coisa

Como nós homens somos charlatões.


By Vyctor Maya

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Espaço para colaboradores

O texto a seguir foi enviado por um novo colaborador do blog: Orion Coin Operated Boy. Este novo amigo também tem seu próprio espaço, porém como ele informou, gostou do blog e resolveu nos presentear. Gostaria de agradece-lo e que se possivel continuasse a enviar tais textos. Acompanhe Orion: http://mirantedevesper.blogspot.com/




DOIS COMPRIMIDOS E MEIO

1
...

Quando o banheiro está hermeticamente fechado
E o chuveiro exausto está ligado no máximo
Sobra só um naco visível no espelho
Só uma lâmina de vidro não embaçada pelo vapor

Através dela eu vejo metade do meu rosto enquanto removo esse buço indeciso
A parte do meu corpo mais aquecida agora
É aquela tocada pelo sangue que brota do corte que me fiz sem querer


....


2
....

De repente senti uma vontade incontrolável de lamber aqueles pratos sujos
Só pra ver se conseguiria identificar que tipo de alimento aquela gosma esverdeada foi um dia
Senti ali gosto de tudo
Primeiro na língua e depois na garganta
Em seguida minha laringe foi tomada por aquele sabor de gordura que não se deixa esquecer
Quando o gosto rançoso chegou ao meu estômago vazio
Deixei sair todo o alimento que não tinha ingerido
Vomitei suco gástrico e me senti fraco, muito fraco

Quando acordei estava aqui.

Alguém sabe onde estou?

....

3

...

Minhas palavras são as únicas ações que você quer aceitar de mim.
Sim. Falar também é agir.


By  Orion Coin Operated Boy

segunda-feira, 29 de março de 2010

Quem é Lucas????

            Bem caros leitores, um dos nossos colaboradores, Lucas Guimarães (meu primo), nos presenteou com mais um belo conto. Deixando os trocadilhos de lado, conto com a participação de vocês para mantermos vivo o blog. Aguardo também comentários e sugestões, que nos motivam a melhorar as histórias.







NA LONA




Um, dois, três... Ouvia esses números em ordem crescente, mas não conseguia identificar onde estava.
Quatro, cinco, seis... Sentia- se mal, tinha dores pelo corpo todo, parecia que havia sido atropelado, a cabeça estava pesada, não conseguia respirar direito.

Sete, oito, nove... Lembrou o por que da queda, junto com essa lembrança veio à imagem da mulher e dos filhos. Imaginou que seria fácil, já tinha passado por muitas antes daquela. Primeiramente entrou no negócio por dinheiro, mas depois foi tomando gosto, parecia que tinha encontrado o seu lugar no mundo.

Dez. Assim que ouviu esse número teve vergonha. Era mais forte do que seu oponente, mais técnico, mais rápido e experiente, mas negligenciou a luta.

Entrou no ringue saltitante, convencido demais. Tentou aplicar um cruzado de direita, calculou mal à distância e praticamente caiu sozinho. Quando levantou recebeu uma seqüência impiedosa de golpes do desafiante.

 Não sabia o que doía mais, se eram os ataques certeiros do seu adversário ou o constrangimento pela sua patética queda que derrubou também toda a sua prepotência.

Agora estava lá, estatelado no chão. A vaidade o nocauteou, tem gente que perde pra si mesmo.


By Lucas Guimarães Oliveira

quinta-feira, 25 de março de 2010

A MORDIDA

Estava em casa de bobeira, sentado no sofá, pernas sobre a mesinha de vidro da sala, tomando seu Milk shake de ovomaltine, quando percebeu aquela figura lhe observando na porta da cozinha.

- Rrrruuruuuurur......

Era Titã, o cachorro que sua mãe criava desde os primeiros meses de vida, resgatado após encontrá-lo perdido entre as latas de lixo do bairro. A raça foi descoberta na sua primeira consulta com o veterinário, era nada mais, nada a menos que um inofensivo Pit Bull.

- Rrrrrrrrrrrruuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu...

O rosnado aumentava mais a cada segundo e o domesticado animal avançava centímetro por centímetro.

- Mãe, seu totó está rosnado, e de cara feia pra mim!

- Filho, você sabe que ele não te morde, só está querendo brincar.

- Mãe, só acreditaria nisso se ele fosse banguelo.

Trim, trim... O telefone tocava desesperadamente, quando fortuitamente André se levantou para atender.

- Aiiiiiiiii...- gritou desesperado.

Teplac, puf, paf...

- Caim, Caim, Caim...

- Seu cachorro sarnento, você quer matar meu filhinho. – avançou desesperada a mãe em cima do filho.

- Ele quem me morde e você ainda o defende.

By Vyctor Maya

segunda-feira, 22 de março de 2010

Um conto rápido

          
 O FILME

            Trabalhava o dia todo e ao cair da noite, após os preparativos habituais, ele olhava sentado em sua cama, um prédio a sua frente, e sempre acontecia tudo da mesma forma: no 101 o casal já idoso que tomava a mesma sopa de verduras, o 102, um coroa que levava uns amiguinhos para suas festinhas pederastas, marido e mulher que brigavam pelo controle da TV no 201, crianças que assistiam canais adultos no 202. Porém, naquela noite de quarta-feira, percebeu uma movimentação meio suspeita no 301, que por sinal estava fechado a muito tempo. O que conseguia ver pela penumbra, lhe parecia brutal: socos, pontapés, facas, garrafas que voavam... Cena aterrorizante. Não pensou duas vezes, apanhou o celular e ligou urgentemente para 190.

            - Por favor, é da policia? – dizia isso com a voz trêmula.

            - Sim, pois não? – respondeu alguém do outro lado da linha.

            - É que...

          

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By Vyctor Maya

terça-feira, 16 de março de 2010

Curto e grosso


 WELCOME TO THE JUNGLE

             Era a única profissão que restou e então teria que lutar contra tais circunstâncias. Sabia que era fraco; os fracos necessitam de um grito a mais para serem observados por Deus. Caso deixasse por um segundo a sua batalha poderia perder a guerra, assim tentava se manter louco, por isso sentia mais medos que os outros; buscava pensar em coisas diferentes, isso tirava sua atenção do que a seu cabeça (através da barriga) não fazia questão de esquecer. Pedia aos céus forças, porém a chuva que caia dissolvia ainda mais os seus suspiros de vitória.


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By Vyctor Maya

terça-feira, 9 de março de 2010

Biografia de Di

            Este conto foi uma história real, todos os personagens existem, bem como o período do ano e a maneira como se deu a cena. Um dos protagonistas é a pessoa quem vos fala e o outro é Diego (Di). Vou deixar no ar quem é o mais novo e quem é o mais velho, isso vai da intuição de cada leitor, espero que comentem e votem na enquete que se encontra no blog.


Dedicado a Diego Serrão


DEPOIS DA QUEDA, O COICE.


            Era dia 24 de junho, São João, muito milho, licor, canjica, amendoim. Na vitrola como sempre, tocando o mestre Gonzagão. A casa em que a festa acontecia era de dois andares, porém só o térreo construído. No terreno em frente, dois primos brincavam de soltar fogos perto à fogueira, quando pintou a idéia do mais novo:

            - Primo, vamos ao primeiro andar ver o que tem lá para estourar.

            Sempre iam à busca de latas, garrafas, tijolos...

            Subiram uma pequena escada que dava acesso ao térreo e depois outra, chegando assim ao primeiro andar. Vasculharam tudo, desta vez procuravam algo inusitado...

           - Vamos explodir aquilo ali. – afirmou o menor, apontando para o objeto, que estava no chão.

           - Aquilo? Aquilo não. – respondeu assustado o mais velho.

           - Você é besta rapaz, o que tem?

           Convencido pela mente brilhante do menor; envolveram o objeto com inúmeros traques; decidiram que cada um acenderia uma carreira, e como combinado lá foram eles por em prática o ardiloso plano. O som característico da queima (Xiiiiii) foi ouvido, porém outro também (telep) e depois o esperado (Boom). 

            O mais velho já se encontrava no fim da escada dando por falta do menor.

            - Buá, Buá... – Ouviam-se choros.

            Todos correram para fora da casa, presenciando uma cena hilária; o menor que descia as escadas: sem saber se chorava, sentia dor, ou se, se limpava.

           - O que ouve meu filho? Diga para a mamãe.

           - Fomos procurar algo para estourar, só achamos o coco do cachorro, quando fui correr escorreguei, ai deu nisso aqui, estou todo melado.


            By Vyctor Maya

quinta-feira, 4 de março de 2010

Novos contos saindo do forno

Para receberem atualizações do blog basta cadastrar o seu e-mail na caixa ao lado. É simples: Digite seu e-mail,  insira a imagem, vá até seu e-mail (você receberá uma msg pedindo confirmação) confirme, pronto você já estará apto a receber nossas novas postagens.

Este conto está fresquinho, acabou de sair do forno. É um pouco trágico, mas isso são cenas corriqueiras em Salvador, a cada dia um novo caso surge, assim ficou fácil para escrever sobre o assunto, pois se trata do nosso cotidiano.


 PALAVRAS COM SANGUE


Está solto. Impune...

A frase dita (por ela) penetrou pelos ouvidos, rapidamente chegou ao cérebro, sendo processada, caindo por fim uma lágrima, que tocou o chão um segundo após o desfecho.

Sua testa se franziu, os olhos miúdos, boca seca, pele avermelhada, coração em uma batida forte inconstante, reações desencadeadas dois segundos depois do comunicado.

Mãos no rosto, mãos na cabeça, mão direita no peito na altura do coração, mão esquerda comprimindo os olhos, mãos na barriga contraindo as dores que consumiam seu corpo, três segundos após a declaração.

 

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Obrigado.

By Vyctor Maya

segunda-feira, 1 de março de 2010

Movéis coloniais de acajú

Deu vontade de postar algo novo, que não fosse poesia ou conto. Decidi postar esta música que eu simplesmente amo, pois descreve tudo que se passa comigo e acredito que com muitas pessoas. Esta  música se chama: SEM PALAVRAS da banda Moveis coloniais de acaju, uma banda de Brasília (é de lá que saiu as grandes bandas do rock nacional) que apresenta para nós uma sonoridade nova. Vale a pena conferiar mais: http://www.moveiscoloniaisdeacaju.com.br



SEM PALAVRAS

Eu sei que nada tenho a dizer
Mas acabei dizendo sem querer
Palavra bandida! / Sempre
arruma um jeito de escapar
Seria tudo muito melhor / Se a
música falasse por si só / Dá raiva da
vida / Nada existe sem classificar
Penso, tento / Achar palavras pro
meu sentimento / Tanto é pouco,
nada diz / Não é triste nem feliz
Mesmo sendo / Um pranto, um
choro ou qualquer lamento
Nada importa, tanto faz / Se é
pra sempre ou nunca mais
Pensei em mil palavras e enfim
Nenhuma das palavras coube em
mim / Não vejo saída / Como
vou dizer sem me calar?
Diria mudo tudo o que faz / Minha vida
andar de frente para trás / Uma frase
perdida / Num discurso feito de olhar
Não é medo, nem é riso / Não é raso,
não é pouco, nem é oco / Não é fato,
nem é mito / Não é raro, não é tolo,
não é louco / Não é isso, não é rouco
Não é fraco, não é dito, não é morto
Eu sei que nada tenho a dizer
Pensei em mil palavras e enfim
Seria tudo muito melhor
Pensei, seria / Se um dia
alguém puder me entender

By Vyctor Maya