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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Reflexão


O ABORTO


Não tinha o que dizer e isso não era figura de linguagem. Surdo e por tabela também foi presenteado com a condição de mudo, sem o prazer incessante de pronunciar sequer uma palavra, nem de ouvir a doçura de uma onda quebrando à beira da praia. Por conseguinte, se tivesse os braços, poderia falar por libras, assim sua condição de se comunicar estaria restabelecida (“... mesmo sem palavra mudo fala, deixa de ser...”). Contudo, se Deus lhe entregasse a graça da visão, poderia com a força dos olhos mostrar as coisas que queria, teria o prazer de ver a cor de uma manhã de sol e os medos escondidos numa noite de lua cheia, se tivesse ganho do criador o dom de andar, poderia com as pernas correr atrás dos seus sonhos, dos seus ideais. O problema é que este ser nem chegou a nascer, a receber o dom da vida. Foi abortado com uma dose certeira de remédios e isso não foi obra do criador e sim de uma criatura.

By Vyctor Maya

3 comentários:

  1. uau...
    o texto tá lindo, Vyctor!
    Eu tb sou contra o aborto. Mas, decidir quem pode e porque pode é demais para mim. Passo a vez pra quem acha que tem algum direito e poder de decisão.
    Eu não faria...♥

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  2. Cacete, massa, juro que mesmo com o título jurei que não se tratava de um natimorto graças a construção perfeita do texto, ou seja mesmo com o fim do "filme" sendo contado no título eu consegui me surpreender, hum andei procurando o poema que vc falou, Montagem por aqui e não achei, fiquei curioso.

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  3. Em alguns casos, como o estupro, não sou contra o aborto não. É um assunto complicado.

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